Fugi do que é materialismo e da etiquetagem do capitalismo.
Rasguei minhas vestes, vesti um turbante tuaregue e me fiz ao deserto,
hoje apenas quero procurar a essência.
É ela a "droga" que me faz ver o que muita gente não vê,
é ela que faz meu coração arder, mais ainda que o sol que queima minha pele e entranhas.
Mas não faz mal hoje quero me desprover da minha própria pele como fazem as serpentes
do deserto, deixando sua pele acostumada que já não presta,
e renovando uma nova frescura na alma.
Não quero ser mais do que "ninguém",
mas também não quero ser aquele "alguém" que se acha mais do que outro alguém.
Hoje quero casar-me com o deserto,
pois é ele que nos ensina o quanto pequeno somos quando nos falta a alma,
é ele que nos ensina que não somos ninguém e que nunca o seremos,
mas também é esse mestre que nos segreda a valorizar o que de melhor existe nas outras almas,
e torna-las num deserto de paz, amor e sabedoria,
sem cairmos em miragens nem aparências como uma multidão de gafanhotos que pulam,
pulam cheios de vaidades e etiquetas, mas não se apercebem da sua tamanha pequenez que os não deixa sair da imensidão de seus enormes desertos interiores.
Mas tu princesa se és também livre e selvagem, rasga também tuas vestes, vem ao deserto da sabedoria
e ele te ensinará a voar até ao infinito em sua leveza e silêncio, em seu olhar revelador de segredos puros
e imenso amor. Olha nos olhos de teu amado, se puro ainda que modesto te fará sair dos desertos
que não prestam e te levará a banhar o coração num oásis de amor único e imutável.
Serás única no oásis do seu olhar.
Não se iludam nem se satisfaçam com miragens,
Vivam com o coração e acharão o coração certo em vossas vidas,
ainda que modesto, mas mais rico e puro que o ouro,
e mais quente e eterno que o sol.
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