No mar da saudade eu mergulhei,
tentando ver tua face no fundo dos abismos,
mas nada mais encontrei a não ser o fundo do meu eu,
aquele que uma vez sorriu,
e que era puro como um anjo,
que crescia levemente e fresco,
como as gotas do doce orvalho da manha.
Mas depois veio a escura noite de tempestade e levou para longe,
para longe, tudo o que tinha de bom se foi,
e tu com a brisa também partiste longe da noite que te atormentava,
e eu levado pelas areias movediças do deserto social
em que as pessoas só tem areia movediça
que te afoga e te engole pela terra dentro
quando se tratam de preconceitos e de verem defeitos nos outros.
Aqui agora está tudo tão seco,
busco a rara gota do orvalho
aquele orvalho fresco e doce
que dá de beber à minha alma,
que cai do céu em meus lábios
mas estão secos, secos de mais de tanta guerra
sozinho vagueando neste deserto
preciso da tua mão para me ajudares a levantar de novo deste chão
preciso dos teus lábios para me adoçares a boca
pois é em teus lábios que quero renascer o melhor do meu coração
como o orvalho que renasce na mais bela manhã
depois de uma noite de negro temporal
vem vem
vem ter comigo
e meus lábios nunca mais tornarão a morrer secos e vazios
pois me bastam os teus lábios doces de orvalho para mos refrescares,
todos os dias a meu lado .
_/\_ Livro II - O LIVRO Proibido De Gabriel, Dfm_/\_
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